Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa debatem inclusão e formação financeira em Lisboa

Nos dias 4 e 5 de julho, o Banco de Portugal organizou, em Lisboa, o IV Encontro dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa (BCPLP) sobre inclusão e formação financeira. Estes Encontros têm lugar de dois em dois anos, desde 2013.

O IV Encontro contou com a presença de delegações de todos os bancos centrais dos países lusófonos: Banco Nacional de Angola, Banco Central do Brasil, Banco de Cabo Verde, Banco Central dos Estados da África Ocidental – Guiné Bissau, Banco de Moçambique, Banco Central de São Tomé e Príncipe, Banco Central de Timor-Leste e Banco de Portugal.

Na sessão de abertura, o Governador do Banco de Portugal, Carlos da Silva Costa, destacou a importância da inclusão e da formação financeira, tanto para o desenvolvimento económico e social dos países, como para a autonomia e cidadania financeira da sua população. O Vice-Governador do Banco de Portugal, Luís Máximo dos Santos, salientou que a inovação tecnológica pode propiciar uma rápida inclusão financeira, que, contudo, pode trazer riscos se não for acompanhada de um paralelo aumento da formação financeira dos cidadãos.

No primeiro dia do Encontro, os BCPLP partilharam as suas experiências na implementação de iniciativas de inclusão e formação financeira, apresentando os principais desenvolvimentos ocorridos nos últimos dois anos. O segundo dia foi dedicado aos temas da educação financeira nas escolas e da formação financeira digital.

O painel sobre educação financeira nas escolas foi encerrado pelo Secretário de Estado da Educação, João Costa, o qual lembrou que o Ministério da Educação reconheceu a educação financeira como uma componente obrigatória da educação para a cidadania nos programas escolares. Este painel contou ainda com a participação da Direção-Geral da Educação, da Rede de Bibliotecas Escolares e da International Network on Financial Education (OCDE/INFE). A representante da OCDE/INFE reiterou que a crescente digitalização dos serviços financeiros torna necessário um maior investimento na educação financeira dos jovens. Também apresentou os princípios e boas práticas que esta organização internacional tem fomentado para melhorar os níveis de literacia financeira deste segmento da população.

No painel sobre formação financeira digital foram discutidas as oportunidades e os riscos da transformação digital dos serviços financeiros e a importância de iniciativas de formação financeira específicas para sensibilizar a população, em especial os jovens, para os cuidados a ter na utilização dos canais digitais. Neste painel, o Banco de Portugal apresentou a estratégia de formação financeira digital que tem vindo a implementar, destacando a campanha #ficaadica, dirigida aos jovens. Este painel teve também a participação da Alliance for Financial Inclusion, que apresentou vários exemplos de iniciativas em que as novas tecnologias estão a ser utilizadas para fomentar a inclusão financeira, incluindo o recurso aos canais digitais para a promoção da formação financeira.

O evento foi encerrado pela Assessora para a Educação da Presidência da República, Isabel Alçada, e pelo Vice-Governador do Banco de Portugal, Luís Máximo dos Santos.

Notícia Banco de Portugal