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No dia 12 de maio, o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e a Diretora de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal e Presidente da Comissão de Coordenação do Plano Nacional de Formação Financeira, Lúcia Leitão, foram convidados a partilhar a experiência portuguesa de integração da educação financeira nas escolas, no webinar Financial Education in School: Lessons from Portugal. A iniciativa foi promovida pelo Global Financial Literacy Excellence Center (GFLEC), no âmbito do ciclo Connecting to Reimagine: Money and COVID-19.
Se não teve oportunidade de assistir em direto, pode ver aqui a gravação da sessão (apenas em inglês), que foi moderada pela fundadora e diretora académica do GFLEC, Annamaria Lusardi.
Portugal foi apresentado como exemplo de um país onde a educação financeira foi integrada no currículo escolar como tema obrigatório, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Esta integração, concretizada no ano letivo 2018/2019, resultou de um trabalho conjunto desenvolvido pelo Ministério da Educação e pelos supervisores financeiros, no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira.
Na sua intervenção, o Ministro da Educação começou por descrever como decorreu o processo de integração da educação financeira no currículo escolar, destacando que, hoje, o exercício da cidadania exige conhecimentos em várias áreas, incluindo financeiros. “Olhamos para o curriculum como uma estrutura flexível e dinâmica capaz de integrar outras áreas do conhecimento, além das tradicionais, e que são extremamente relevantes para preparar os estudantes para uma integração plena na realidade do século XXI. E a educação financeira é certamente uma delas”, adiantou.
Quando questionado sobre quais os fatores que contribuíram para o sucesso da integração da educação financeira nas escolas, Tiago Brandão Rodrigues destacou o trabalho realizado com os supervisores financeiros no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira. “É muito mais fácil implementar a educação financeira quando estamos rodeados de parceiros que são especialistas nestas matérias (…). Estas pontes são extremamente importantes”, frisou.
O Ministro da Educação acrescentou que deste trabalho conjunto com os supervisores financeiros resultou uma abordagem estruturada à educação financeira. Além de materiais de apoio, foi criado um programa de formação de professores, que Tiago Brandão Rodrigues considerou extremamente importante para a grande adesão dos docentes à educação financeira. “O domínio da literacia financeira e educação para o consumo é um dos mais escolhidos pelos professores, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento”, revelou, notando ainda que os professores reconhecem a importância de lecionar estes conteúdos.
Na sua intervenção, a Diretora de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal sublinhou que um dos fatores críticos para o sucesso da integração da educação financeira nas escolas em Portugal foi a disponibilidade, desde a primeira hora, do Ministério da Educação. “A primeira recomendação que faço [para os países que queiram integrar a educação financeira como tema obrigatório no currículo] é ter um Ministro da Educação que apoia a educação financeira nas escolas”, adiantou.
Outro fator muito importante é, segundo Lúcia Leitão, ter uma “estratégia abrangente e de médio prazo” para a educação financeira. É necessário ter tempo e uma abordagem gradual para motivar os professores e os alunos, realizando iniciativas de sensibilização nas escolas, disponibilizando materiais e formação para apoiar os professores e atribuindo prémios às escolas e aos professores que mais se destacam na implementação de projetos de educação financeira, explicou.
Lúcia Leitão destacou também o envolvimento do Banco de Portugal na promoção da educação financeira através de iniciativas setoriais. Neste contexto, enfatizou o trabalho desenvolvido pela Rede Regional do Banco de Portugal, que permite ao supervisor dinamizar ações de formação e sensibilização junto de alunos e professores em diferentes regiões. “Nós temos muita sorte por ter uma rede de agências distribuídas por todo o país e que tem um trabalho muito próximo com as escolas”, sublinhou.
O GFLEC foi criado em 2011 na George Washington University School of Business em Washington, DC, nos Estados Unidos da América. Esta entidade tem sido pioneira no desenvolvimento de metodologias de medição da educação financeira, no aconselhamento sobre programas de educação financeira e na definição de orientações para a promoção da literacia financeira a nível internacional.
Site do Global Financial Literacy Excellence Center (apenas em inglês)
Webinar - Financial Education in School: Lessons from Portugal (apenas em inglês)
Série de webinars – Connecting to Reimagine: Money and COVID-19 (apenas em inglês)