Portugal ocupa 6.ª posição no exercício PISA sobre literacia financeira

Portugal, através do Ministério da Educação, participou pela primeira vez, em 2018, no exercício de avaliação de literacia financeira do Programme for International Student Assessment (PISA), cujos resultados foram divulgados no passado dia 7 de maio.

Entre os países analisados, Portugal surge em 6.º lugar na percentagem de estudantes que possuem capacidades financeiras básicas (86%) e em 7.º lugar no indicador global de literacia financeira (com 505 pontos), o que o coloca em linha com a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Este inquérito trienal, organizado pela OCDE, avalia os conhecimentos e as competências dos estudantes de 15 anos considerados essenciais para a tomada de decisões financeiras na sua vida atual e à medida que entram na vida adulta.

Cerca de 117 mil estudantes foram avaliados em literacia financeira em 2018, nos 20 países participantes, dos quais 13 países da OCDE, incluindo Portugal.

 

Principais resultados

Em 2018, 20 países participaram no módulo de literacia financeira do PISA: 13 países da OCDE (Austrália, Chile, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia, Finlândia, Itália, Letónia, Lituânia, Polónia, Portugal, República Checa e sete províncias canadianas) e 7 países parceiros não pertencentes à OCDE (Brasil, Bulgária, Geórgia, Indonésia, Perú, Rússia e Sérvia).

Portugal assume o 6.º lugar na percentagem de estudantes que têm pelo menos as capacidades financeiras consideradas básicas (86%), o que significa que têm a capacidade de compreender e aplicar conceitos financeiros básicos com os quais se confrontam no dia a dia, nomeadamente elaborar um orçamento e realizar operações financeiras simples. Estes resultados estão em linha com os da média dos países da OCDE.

Entre os alunos portugueses, 8,3% atingiram o nível mais elevado de competências, o que significa que conseguem compreender um conjunto alargado de conceitos financeiros, alguns dos quais relevantes para eles no longo prazo, sendo também capazes de resolver problemas financeiros não triviais. A média da OCDE foi de 10,5%.

Os resultados do PISA indicam ainda que muitos destes jovens são já utilizadores de serviços financeiros e, consequentemente, enfrentam decisões financeiras. Em Portugal, 45,2% dos alunos têm uma conta bancária e 23,9% têm um cartão de pagamento. Mais de metade dos alunos portugueses (58,2%) fez uma compra online no último ano (sozinhos ou com um familiar) e mais de um quarto (27,8%) fez um pagamento utilizando o telemóvel. Estes resultados de inclusão financeira ficam, ainda assim, abaixo da média da OCDE.

As atitudes e os comportamentos financeiros dos alunos portugueses tendem a ser prudentes, acima dos da média da OCDE e ocupando sempre uma das primeiras três posições relativamente a todos os países participantes. Os alunos portugueses gostam de falar sobre questões de dinheiro (64,4%) e, regra geral, já gerem o seu dinheiro (88,8%). A generalidade dos alunos portugueses verifica o dinheiro que tem e o troco (94% em ambos os casos, sendo a percentagem mais alta de todos os países em análise). A maioria (82,7%) compara os preços entre lojas antes de comprar um produto com o seu dinheiro e 71,2% esperam que o produto fique mais barato.

Os pais e os tutores são a principal fonte de informação dos alunos portugueses sobre questões de dinheiro (94,7%), resultado em linha com o da média da OCDE.

Os resultados do PISA 2018 evidenciam que, em todos os países, existe ainda uma grande margem de melhoria no nível de literacia financeira dos alunos, o que reforça a necessidade de continuar a apostar na educação financeira nas escolas. Além de promoverem a literacia financeira, as escolas desempenham também um papel fundamental na criação de uma sociedade mais igualitária, uma vez que o contexto socioeconómico dos estudantes continua a ser um dos fatores que mais influenciam os níveis de literacia financeira.

 

Sobre o PISA

O Programme for International Student Assessment (PISA) é um inquérito trienal a estudantes de 15 anos, organizado pela OCDE desde 2000.

Este inquérito avalia se os estudantes possuem os conhecimentos e competências essenciais para a plena participação na vida social e económica.

As avaliações do PISA abrangem as principais disciplinas escolares, designadamente leitura, matemática e ciência, e, desde 2012, inclui um módulo facultativo de avaliação da literacia financeira dos jovens.

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